sábado, 12 de março de 2011

" Por que o mal nos atinge?"

Certamente você já deve ter se perguntado por que nós como filhos de Deus – lavados e remidos no sangue do Cordeiro – somos atingidos pelo mal. Por que sofremos?
Por que a vida cristã não é um “mar de rosas”?
  
Meditando sobre o assunto, percebi que as Escrituras nos dão algumas referências sobre o mal atuando na esfera angelical, antes mesmo da criação do homem. Uma queda, na qual legiões de anjos, liderados por Lúcifer, se apartaram de Deus. O profeta Ezequiel, nos revela no capitulo 28 (v. 11-19) como ocorreu este evento: Lúcifer, tipificado pelo rei de Tiro, era querubim ungido, perfeito em seus caminhos, desde o dia em que foi criado. No entanto, iniqüidade foi achada nele. No versículo 17, nos é dado o motivo: Por causa da sua formosura, seu coração encheu-se de soberba. O verso 18 demonstra que não apenas a soberba, mas uma multidão de iniqüidades já estava sobre ele e como conseqüência, Deus fez sair fogo de seu meio e o reduziu as cinzas sobre a terra. 

Em Gênesis, observamos que os feitos do Senhor antes da criação de Adão eram bons, porém quando o formou, concluiu que era “muito bom”. Lúcifer, agora Diabo, se volta contra o seu melhor projeto, e tenta o homem com o mesmo pecado que o levara a cair - a soberba.  A serpente seduz Eva, dizendo que não haveria morte nenhuma, caso comesse do fruto, mas que COMO DEUS, seria conhecedora do bem e do mal.

Deus, desde o início, deu oportunidade de escolha à humanidade. Não nos criou como robôs programados para fazer exatamente o que Ele mandasse, mas livres para tomarmos qualquer decisão. Somos feitos a sua imagem e semelhança. A própria Palavra nos afirma que onde habita o Espírito, aí há liberdade. Deus é livre, e desde a queda humana, providenciou meios para restaurar nossa comunhão com Ele. Ainda em Gênesis, lemos que as escolhas do homem por diversas vezes foram péssimas e que sua maldade havia se multiplicado, assim como todo desígnio do seu coração era mal. Deus chega a se arrepender de tê-lo criado. É interessante pensarmos que o dilúvio já poderia ter dado um ponto final a nossa história, não fosse por Noé,  que representa todos aqueles que ainda haveriam de manter comunhão e viver uma vida de adoração, por livre escolha. O Senhor, já tinha um plano perfeito para acabar com o domínio do pecado no nosso coração: Jesus Cristo.

Quando aceitamos o sacrifício de Jesus no Calvário, estamos decidindo livremente que queremos nos relacionar novamente com Deus, em obediência a Sua vontade, e afirmamos que precisamos de Sua graça para vencer – exatamente o oposto à soberba - o que é uma verdadeira afronta para Satanás.  Tornamo-nos então, objetos de sua  fúria, e somos tentados a romper nossa comunhão com o Pai a todo o instante. Somos verdadeiramente “bombardeados" por ele para incorrermos no mesmo pecado que cometera: sermos soberbos a ponto de acharmos que não precisamos mais de Deus e não devemos obedecê-lo. Chegamos a outro ponto: muitas vezes o mal nos atinge, porque estamos sofrendo as conseqüências de nossa própria desobediência. Quantas vezes desejamos prosperar, porém guardamos mágoas, retemos perdão e deixamos de confessar nossos pecados? A confissão nos humilha, dissolve a arrogância, e restaura nosso relacionamento com o Senhor.

Mas por que Deus permite que o mal atinja até mesmo aqueles que amam obedecê-lo e vivem em humildade e fidelidade, assim como os apóstolos – que sofreram perseguições, julgamentos, prisões e até mesmo martírio? Nossos conceitos são muito limitados comparados ao dele. Podemos tomar como exemplo, o tempo. Quando a bíblia se refere ao tempo de Deus, emprega a palavra “Kayrós” – o tempo perfeito. Quando cita o do homem, utiliza a palavra “Chronos”. Outro exemplo? A sabedoria. Em 1 Co 3:19,20 lemos: “Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. E outra vez: O Senhor conhece o pensamento dos sábios, que são pensamentos vãos.O profeta Isaías  diz: “porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim os meus caminhos são mais altos do que os vossos caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (55:9). Outra boa ilustração está na confissão que Jó fez sobre Deus ao passar por momentos tão difíceis em sua vida: “Na verdade falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei e tu me ensinarás. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos te vêem.” Jó 42: 3b -6. 

Por Tatiana Schubert Blaas


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